Vejamos, primeiro, o de um autor outrora célebre, caldo em olvido no decorrer do ´Estúpido Século XIX´, ressuscitado, atualmente, graças a recentes biografias e estudos aparecidos em Portugal. Trata-se do que foi a um tempo poeta e crítico, autor de boas qualidades e zoilo de Camões, eclesiástico, político, agitador de ideias, tribuno e panfletário, chamado José Agostinho de Macedo. Na Miscelânea que compôs sob influxo dos acontecimentos que presenciava, encontramos este passo: ´A palavra Brasil nos desperta as mais tristes e lastimosas recordações. O Brasil era o último ápice das glórias, do valor, da sabedoria, da prudência, e o da política dos portugueses. Eu os considero ainda maiores no Brasil do que na Ásia`, note-se que o padre José Agostinho era autor de poema que pretendia opor aos Lusíadas intitulado O Oriente, ´Na Asia forão conquistadores, no Brasil forão creadores. Na Asia tiverão de que debellar e vencer homens, no Brasil tiverão de contrastar e vencer a mesma natureza. Na Asia acharão nações feitas, no Brasil deviaõ fazer nações. Na Asia acharão homens em sociedade perfeita, no Brasil selvagens no berço da Naturesa. Na Asia virão cidades e reinos florescentes, no Brasil encontrarão brenhas, sertões e feras e a raça humana ainda mais fera, mais barbara, e mais inculta; por isso admiro mais o portuguez no Brasil que na Asia`, dizeres dignos, pela penetração, de historiógrafo moderno.

A guisa de complemento de quem tão acertadamente comentava condições coloniais, encontramos não menos interessante subsídio na proclamação do Príncipe Regente D. Pedro, depois Imperador do Brasil, datada do Rio de Janeiro em agosto de 1822: ´Quando por um acaso se apresentara pela primeira vez esta rica e vasta região Brasilica aos olhos do venturoso Cabral, logo a avareza e o proselytismo religioso, moveis do descobrimento e Colonias modernas, se apoderaram della por meio de conquista