e leis de sangue, dictadas por paixões e sordidos interesses, firmaram a tyrania Portugueza. O Indigena bravio e o Colono Europeu foram obrigados a trilhar a mesma estrada da miséria e escravidão. Se cavavam o seio dos seus montes para delles extrairem ouro, leis absurdas e o Quinto vieram logo esmorece-los em seus trabalhos apenas encetados, ao mesmo tempo que o Estado Portuguez com soffrega ambição devorava os thesouros que a benigna naturesa lhes offertava, fazia tambem vergar as desgraçadas minas sob o peso do mais odioso dos tributos, da Capitação. Queriam que os brasileiros pagassem até o ar que respiravam, e a terra que pizavam. Se a industria de alguns homens mais activos tentava dar nova forma aos productos do seu solo, para com elles cobrir a nudez de seus filhos, leis tyranicas os empeciam´, modo de falar não relativo a tecidos, mas a tentativas de melhora de existência por meio de várias atividades, "e castigavam estas nobres tentativas. Sempre quizeram os europeus conservar este rico paiz na mais dura e triste dependencia da Metropole, porque julgavam necessário estancar, ou pelo menos, empobrecer a fonte perenne de suas riquesas", ou seja, tudo que pudesse ocasionar pruridos de independência, ´Se a actividade de algum colono offerecia a seus concidadãos, dé quando em quando algum novo ramo de riquesa rural, naturalisando vegetaes exoticos, uteis e preciosos, impostos onerosos vinham logo dar cabo de tão felices começos. Se homens emprehendedores ousavam mudar o curso de caudalosos ribeirões para arrancarem de seus alveos os diamantes, eram impedidos por agentes crueis de monopolio e punidos por leis inexoráveis. Se o superfluo de suas produções convidava e reclamava a troca de outras produções estranhas, privado o Brasil do mercado geral das Nações, e por conseguinte da sua concorrência, que encarecia as compras e barataria as vendas, nenhum outro recurso lhe restava senão manda-las