Muxarabis & balcões e outros ensaios

obra de Henry Koster (34) Nota do Autor e de outra estampa da obra de Maria Graham. (35) Nota do Autor Os muxarabis da rua da Cruz (hoje Bom Jesus), no Recife, ainda eram vistos na segunda metade do século XIX (fig. 4). Assemelhavam-se aos abalcoados da praça Maciel Pinheiro (antigo largo da Boa Vista), na mesma cidade e aos becos da Misericórdia, na Paraíba, estes últimos contemporâneos à administração de Beaurepaire Rohan. (36) Nota do Autor

Penso que, a não ser talvez em Diamantina, não existe mais um só muxarabi inteiro no Brasil. Esse elemento arquitetônico, não obstante, provavelmente se encontrava em quase todas as principais cidades coloniais do Brasil. Do Brasil e de outros países da América Latina (em Cuzco, em Bogotá, etc.).

É possível que os muxarabis tenham relação de parentesco com os balestreiros (mâchicoulis). Os balestreiros eram fortificações salientes, eretas, em geral, no alto das torres. Serviam para defender a entrada dos castelos ou das praças. Essa relação é tão clara que Henry Guedy define a palavra muxarabi da seguinte maneira: "balcon fermé, percé de mâchicoulis et ordinairement placé audessus d'une porte pour en défendre l'entrée". (37) Nota do Autor O que é também, como mais pormenores, a definição dos enciclopedistas franceses - espécie de balcão guarnecido de parapeito elevado e provido de uma grande abertura inferior destinada a dar saída aos projéteis, o qual os engenheiros militares da Idade Média construíam por sobre portas e janelas sujeitas à escalada. É oportuno lembrar que o arco de Santo Antônio, no Recife, possuía uma sorte de abalcoado, não se sabe se vestígio das edificações destinadas a proteger a passagem de sua porta. Outro interessante abalcoado era o do arco do Bom Jesus, igualmente no Recife; estava voltado para o lado das construções em que se alojava

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