conserva seus elementos primitivos ou originais. Na porta, a verga enterrou-se, comprimida pelas ombreiras de grossos prismas. Fato igual se dá com as janelas, todas amparadas por fortes ferrolhos. A diferença existe só no recorte do parapeito e do engranjamento das ombreiras. Tanto a porta como as janelas referidas pertencem à parede posterior da sala de jantar.
Em tudo um ar de solidez (paredes grossas, muros ataludados, cunhais de pedra, predominância dos cheios). E também uma preocupação pela segurança da casa - buracos nas folhas das portas do quintal pelos quais se podia passar o cano da arma, frinchas no topo da escada para que de dentro se possa reconhecer a quem vem de fora.
O muxarabi do pátio de São Pedro diz a tradição que pertenceu a João Fernandes Vieira. Mas, pelo testamento de Vieira nada se pode apurar. O certo é que um dos seus últimos proprietários foi o negociante português de nome João Manuel Pontual, pai do barão de Petrolina.
Quem passa uma vista de relance na planta da casa do pátio de São Pedro nota logo que a sala de visitas ocupa um espaço de certo modo vasto em proporção à área total do prédio (também na casa da rua do Amparo acontece o mesmo). Justamente esse salão é que se relaciona com o muxarabi. O lugar mais nobre da mansão, bem ao lado do santuário. O recanto do lar onde as mulheres passavam quase todo o seu tempo, bordando ou fazendo rendas. Lá fora era o mundo estranho e proibido, por trás do crivo miúdo e zeloso das adufas.
Como se viu, duas ideias estão ligadas ao muxarabi: a ideia de proteção e a ideia do bem-estar. Bem-estar do morador, da caseira, da família. O muxarabi é o