Caatingas e chapadões

- Vou esperar um pouco - respondi. Quero escrever alguma coisa mais.

- Adiar, meu amigo, é esquecer. Não perca a oportunidade!

O prognóstico do meu saudoso amigo Artur Neiva, quase que deu certo: só agora, depois de 27 anos, é que resolvi começar os artigos que deverão constituir o livro Caatingas e Chapadões.

Por isso é que eu disse, no princípio deste prefácio, que o livro nasce velho - pois é integrado por notas escritas entre 1913 e 1919.

Mais tarde, em 1920, aparece no cenário da Revista do Brasil, um rapaz modesto e simpático, para quem estava reservado um grande papel no movimento editorial brasileiro - Octales Marcondes Ferreira. A ação organizadora deste moço não se fez esperar. Aos olhos de todos nós, estava se revelando um grande administrador. Creio, sem medo de me enganar, que ali, na despretensiosa redação da Revista do Brasil, estava o embrião, o berço da atual e importante empresa que espalha livros por todos os recantos do Brasil - a "Companhia Editora Nacional".

***

Neste despretensioso trabalho, estão enfeixadas as observações que fiz em o nordeste brasileiro ou melhor, como querem ilustres geólogos patrícios, meio-norte brasileiro. Sendo o observador um engenheiro-agrônomo, naturalmente foram anotados os fatos concernentes aos três reinos da natureza: mineral, vegetal e animal.

Além das observações agronômicas que me interessavam mais de perto, não perdi a oportunidade de colher informações sobre o modo de viver do homem nas regiões por mim percorridas.

Caatingas e chapadões - Página 16 - Thumb Visualização
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