Caatingas e chapadões

das comissões abrangia toda a zona norte do país, da Bahia para cima.

O Professor Charropin seria o chefe da comissão destinada a Juazeiro da Bahia. E convidou-me para assistente da Seção de Biologia, cuja chefia estaria a cargo do próprio diretor da estação Charropin. Fiquei tonto com o convite tão inesperado. Era eu, nessa ocasião, o administrador do Instituto Serumtherapico Butantã, sob a sábia direção do grande cientista brasileiro - Dr. Vital Brasil. O meu ex-professor deu-me 48 horas para refletir e consultar meu diretor.

Chega o Dr. Vital Brasil, com seu avental branco. Fazem-se as apresentações do estilo. Expus ao meu eminente chefe, de quem já me considerava discípulo, pelas lições científicas que havia quase quatro anos dele recebia, cotidianamente, a natureza do convite que acabava de receber e a dificuldade em que estava para tomar uma decisão. Via-me na encruzilhada da minha vida - ali estava decidindo o meu destino.

- Iglésias - disse afinal o mestre - sinto perder sua colaboração; mas, agrônomo, você tem uma oportunidade excepcional diante de si.

Como única resposta, um tanto comovido, disse: - Vou consultar minha mãe.

Considerados os prós e contras, ficou resolvida a aceitação do convite.

Em fins de abril de 1913, de uma casinha modesta da Rua São José, hoje Oscar Freire, o filho, que a morte prematura do pai transformara em chefe de família, despedia-se de sua mãe e irmãs, talvez com os mesmos sobressaltos com que outrora partiram, pela primeira vez, do planalto piratiningano em demanda dos ínvios sertões da terra brasileira, os intrépidos bandeirantes. Antes de seguir para o Rio de Janeiro, que iria ver pela

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