Caatingas e chapadões

Comissão: moço elegante, alto, claro e corado, com aparência mais de um estudante do que de um alto funcionário. Quando seu nome foi declinado, fiquei surpreso. Como? Gustavo Barroso - João do Norte, autor do interessante livro "Terra de Sol"?

- Sim, sou eu mesmo. E estão aqui a sua requisição de passagens e a ajuda de custo em moeda corrente. Boa viagem e seja muito feliz!

Balbuciei um muito obrigado, meti a ajuda de custa na carteira e rumei para o Lloyd Brasileiro, parafusando... "Terra de Sol"... ferra de sol... "Onde canta a jandaia na copa da carnaúba." Onde...

- Onde fica, aqui, o Lloyd Brasileiro, moço?

- Ali, naquela porta.

- Muito obrigado.

Um novo problema se me apresentava: navegar por mar. Uma grande preocupação empolgou o espírito de minha boa mãe quando soube que eu deveria cruzar o Atlântico, ou, melhor, costeá-lo, perdendo de vista, não poucas vezes, a costa brasileira. Disse-me ela, entre supersticiosa e incrédula:

Quando Você nasceu, veio ter à porta de casa um velho pedindo um prato de comida, e que depois falou: “Aqui veio ao mundo um menino; qualquer que seja o ofício que queira seguir será muito feliz; mas, se escolher o de marinheiro, a infelicidade morará com ele."

- Mamãe, não se preocupe: vou simplesmente como passageiro e mesmo que me ofereçam - (dizia, brincando, para dar um pouco de alegria àquele coração de mãe tão triste porque o filho partia para longe) o comando do navio, não o aceitarei, prometo-lhe!

De tudo isso, uma coisa é verdadeira - tenho formal repulsa pelas viagens marítimas, muito embora tenha encontrado sempre mar de rosas. Um único temporal

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