Caatingas e chapadões

Ainda era cedo para embarcar. Aproveitei o tempo disponível para conhecer melhor o porto. Ao regressar fatigado de tanto andar pela areia, encontrei criançada, com a féria feita e o dia ganho, nadando ao lado do pontilhão de embarque. O dia ganho, digo mal; pois agora ganhavam a vida com outra modalidade: como tubarões, mergulhavam para apanhar níqueis atirados à água pelos passageiros. Não perdiam um só! O que mais chamava a atenção era um pequeno perneta. Era ligeiro como um lambari, o diabo do garoto!

Interessantes esses fenômenos naturais, a que chamamos lei de compensação - o que se perde de um lado, ganha-se do outro. Ao cego se lhe desenvolve o tato; ao surdo a vista que lhe permite "ouvir" pelos movimentos dos lábios do interlocutor o que se lhe diz. O rapazinho, com uma perna só, era o campeão nos mergulhos, e era quem mais moedas apanhava.

Chegamos a Natal, cidade de aspecto muito agradável e alegre.

A primeira coisa que o passageiro do Lloyd faz, ao chegar a um porto, é procurar um bom hotel para regalo do estômago. Foi o que fizemos. Depois de satisfeitos, demos um passeio pelos principais pontos da cidade e seus arrabaldes.(3) Nota do Autor

O navio não parou muito tempo e, com pena, deixamos a linda Capital do Rio Grande do Norte.

Recomeçamos a viagem. Por muitos motivos desejava conhecer Fortaleza. Primeiro para abraçar colegas e coestaduanos lá domiciliados; segundo, para travar

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