conhecimento com os "verdes mares bravios" da terra de José de Alencar.
Fortaleza à vista. O navio aproximou-se da costa. Nada de baía - mar aberto e ondas furiosas quebrando no pontilhão de desembarque que avançava um pouco para o mar, quase em ângulo reto com a praia. Um pouco ao norte um enrocamento à guisa de quebra-mar. As ondas eram tão fortes que, às vezes, iam quebrar no passadiço do pontilhão, afugentando as pessoas que estavam à espera de alguém.
Os catraieiros, com botes reforçados, largos e curtos trazem as autoridades da aduana, polícia e saúde.
Dado o sinal de desimpedimento aos passageiros, começava a balbúrdia. Todos estendiam os braços, convidando a desembarcar. Um avista um conhecido:
- "Dotô, dotô, o Mundico tá aqui às ordens." O mar hoje tá bão!
E eu vendo o "bicho" rebentar com fúria no pontilhão.
Sem que eu tivesse visto a escada, apresentou-se quase de surpresa - o meu querido colega Grover Pyles, filho de fazendeiro de Santa Bárbara. Abraços e mil perguntas; ele queria saber de amigos e coisas de S. Paulo. E eu, como saltaria em terra sem levar um banho? Aqui, "saltar em terra" tinha toda a propriedade, pois ninguém descia no porto da Capital cearense a não ser aos saltos. O meu colega encorajou-me com estas palavras:
- O meu catraieiro é muito perito. Você não tenha medo. Vamos.
Confesso que tomei o escaler com muito receio de tomar um banho. Além de tudo, havia envergado a melhor fatiota. Quem quisesse ser prudente, não desembarcava em Fortaleza. Caso, porém, fosse obrigado a fazê-lo, deveria usar maiô, isto é: roupa de banho.