- Neste caso o engraxate tinha razão.
- O senhor, - continuou, - encontrará outros vocábulos com significado diferente do usual.
A cidade de Teresina está situada na "Chapada do Corisco", à margem direita do rio Parnaíba.
As ruas eram bem traçadas, em sentido retangular; infelizmente, quase sem arborização; as praças eram grandes, com algumas árvores de sombra, porém sem ajardinamento; a única exceção era o jardim que ficava atrás da Igreja do Carmo. As principais ruas eram: rua Bela, rua Grande e rua Paissandu; as praças mais importantes, pela sua área e localização, tinham os nomes de: "Saraiva", "Aquidabã" e "Marechal Deodoro". Nesta última estava o Palácio do Governo, Assembleia e Escola Normal. Ia até à beira do rio, no porto dos naviozinhos.
Quanto a diversões, Teresina era de uma pobreza monacal: só existia o "Teatro 4 de Setembro", na praça "Aquidabã", quase sempre fechado. Nele, às vezes, havia sessões cinematográficas e variedades.
No hotel recebemos muitas visitas e em poucos dias nos relacionamos com os melhores elementos da sociedade. Contudo, estávamos, o Negrais e eu, aflitos, "vexados", para alugar uma casa em que pudéssemos trabalhar e estudar com toda calma e sossego. Conseguimos uma muito boa na rua "Conceição", em frente à fábrica de tecidos e próxima à casa do chefe da comissão - Dr. Emílio Charropin.
Contratamos os serviços de um rapazinho de uns 15 anos, muito vivo, chamado Firmino, que ficou encarregado da limpeza da casa, de buscar a comida - almoço e jantar, e lavar a louça.
O Negrais custou um pouco a adaptar-se ao novo regime alimentar; eu não; pelo contrário, afeiçoei-me, com prazer, à cozinha piauiense.