Caatingas e chapadões

filtrada; para ele não tinha gosto; água, "só do velho Parnaíba e só de cantareira."

Aos domingos, até às 21h havia concerto sinfônico no jardim atrás da Igreja do Amparo, pela Banda de Música da Força Policial. Eram reuniões agradáveis, tendo-se oportunidade de encontrar pessoas conhecidas e amigas. As moças, dentre as quais se destacavam lindos tipos morenos, de olhos negros e profundos, davam a nota encantadora à reunião. Às 21h, a Banda de Música, terminado o programa, saía em marcha tocando um dobrado militar. Era um verdadeiro toque de recolher: toda a gente se retirava do jardim, como se ele fosse invadido por um enxame de vespas. Porque? Não sei, nem posso compreender. Numa terra onde não havia divertimentos, creio que a sociedade deveria aproveitar, o mais possível, essas reuniões ao ar livre, salutares ao corpo e ao espírito.

Palácio do Governo Era Chefe do Executivo estadual o Dr. Miguel de Paiva Rosa, político ligado ao partido chefiado pelo General Pinheiro Machado. O Governador Rosa era advogado culto e homem muito amável. Magro, de estatura acima do comum dos piauienses: devia ter cerca de 1,80m de altura. Quando falava, piscava os olhos constantemente. Maneiras distintas, afinando, sem afetações, com o alto cargo que desempenhava.

Nós, os membros da Comissão, éramos constantemente alvo de suas gentilezas: Sempre que se realizava uma festa em Palácio, quer social, quer solenidade cívica, recebíamos honroso convite.

Nos dias comuns, os amigos do governador, os seus compadres, às 14h, se reuniam no Gabinete de trabalho de Sua Ex.ª. Também para essas tertúlias, tínhamos convites, que partiam de altos funcionários frequentadores do cavaco oficial.

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