XXXIX, nº 1.056):(12) Nota do Autor os visitadores dirigem-se às freguesias, ouvem "ao menos trinta testemunhas", "pessoas graves, honestas, e sem suspeita", e acabam pronunciando os culpados. Nas devassas mineiras de 1733-1734, a grande incidência das "culpas" recaía no concubinato, além de algumas outras referentes à prática de jogos e tavolagem, do lenocínio, da usura, do feitiço, e do descumprimento de deveres de preceito religioso. As testemunhas que depunham nas inquirições eram, como se está vendo, as pessoas idôneas dos lugares visitados, recrutadas entre os ocupantes das diversas posições sociais de maior relevo, verdadeiras representantes daquela rude sociedade em formação. Pelos depoimentos constantes do Livro 2º das Devassas ou Visitas de 1733-1734, do Arquivo Metropolitano de Mariana - de que nos iremos valer - podemos estabelecer, proporcionalmente, as seguintes ocupações em que estavam empregados os elementos melhores das freguesias acima citadas: a dos agricultores, mais numerosa de todas, constituída de gente mais assentada, pois é onde reside o maior índice de pessoas casadas, subdividida entre os "que vivem de suas roças" (42 deles) e os "que vivem de seu engenho" (de cana - apenas três - aliás, atividade proibida na época); a dos artesãos, geralmente estabelecidos nos povoados, gente branca ou já mulata, em grande maioria constituída de solteiros e jovens (alfaiates, carapinas, ferradores, ferreiros, entalhadores, marceneiros, ourives, pedreiros, pintores, sapateiros, seleiros, tanoeiros e torneiros), num total de 49 pessoas, dentre as 210 testemunhas arroladas; a dos comerciantes, isto é, os "que vivem de sua agência", os "que vivem de seu negócio", igualmente constituídos de uma grande maioria de gente citadina e solteira, respectivamente 31 e 29 comerciantes; a dos mineradores, isto é, os "que vivem de suas faisqueiras", donos de suas "fábricas" de ouro, geralmente solteiros, em número de 19 indivíduos, e os profissionais da mineração, talvez feitores, prepostos, contratados, os assalariados, os "que vivem de minerar", igualmente solteiros na maioria, perfazendo 28 pessoas, num total de 47 mineradores; o ainda pequeno grupo dos mineradores-agricultores, isto é, daqueles "que vivem de suas lavras e roças", não mais de três pessoas; os oficiais, geralmente funcionários régios, militares, ou titulares, em número de 17 testemunhas; e, finalmente, os que hoje chamaríamos de profissionais liberais, integrados por padres e