Viagem ao Tocantins

Os primeiros rios de nossa história revelam a dificuldade de aproveitamento como linhas naturais de circulação. Vemos o Tietê, na cidade de São Paulo, receber os mergulhos fundos dos nadadores que se jogam dos trampolins dos clubes de regatas e enxamear-se de batelões que transportam tijolos das olarias circunvizinhas. Isto, próximo da nascente. Lá adiante, perto da confluência do Paraná, a gente o atravessa a pé, por cima dos pedrais do salto do Avanhandava. O rio Paraíba, que nasce entre pinheiros na serra da Bocaina e morre pouco adiante de Campos no meio de caniços, dobra-se sobre si mesmo apertado na Serra da Mantiqueira, inavegável em grande parte de seu percurso. O barco que o sulcou e ainda se usa é a canoa. O São Francisco, que despenca da serra da Canastra, ajudado logo no começo pelo rio das Velhas, favorece a navegação do Norte de Minas e Centro da Bahia, mas a serra do Espinhaço, em vez de acompanhá-lo, corta-o na grande curva para Nordeste. Nesse rio, a cachoeira de Paula Afonso faz-nos sonhar com uma grande usina elétrica movimentando o Nordeste Brasileiro; mas até agora ela obstrui a passagem dos viajantes fluviais que poderiam chegar até o mar.

Os primeiros colonizadores que galgaram a Serra do Mar encontraram rios, fugindo do litoral, encachoeirados, rasos e largos, dando voltas nos vales. O rio Grande, que nasce nos limites de Minas com o Estado do Rio, permite, a 150Km de sua nascente, da estação de Ribeirão Vermelho (Rede Mineira de Viação) a Capetinga, o que significa um percurso de 200km, a viagem de um naviozinho de meio metro de calado. Mais adiante, esse rio se espraia para novamente se afunilar na

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