Expansão geográfica do Brasil colonial

seus pequenos núcleos litorâneos ou no deserto de que expeliram os indígenas, quando não os compeliram ao amanho da terra, para a rudimentar lavoura da cana de açúcar. O século XVI, que a grande Renascença e o humanismo florejaram prodigiosamente, foi uma quadra de agudo misticismo, incentivado pela Reforma e pela reação católica. E, assim, os portugueses - cujo espírito agitado degenerou na mais exagerada credulidade, a exemplo dos seus irmãos ibéricos - povoaram de plantas miríficas, de animais fabulosos e de gemas maravilhosas a região bravia que vinham conquistar e civilizar. Tal estado psíquico e tais aspirações já os evidenciam e consubstanciam os dois primeiros lusos que no século XVI estudaram a evolução brasileira: - Pedro de Magalhães (de) Gandavo, cuja obra Historia da prouincia de Sãta Cruz é de 1576(6) Nota do Autor, fala, no cap. XLV (págs. 65-66 da ed. de 1858, Lisboa), "Das grandes riquezas que se esperam da terra do Sertão"; e o Tratado descriptivo do Brasil, que é de 1587, tem os capítulos finais (CXCIII-CXCVI) da sua segunda parte (págs. 326-330 da ed. varnhageniana de 1879) consagrados ao ferro, aço, cobre, pedras verdes e azuis, esmeraldas e safiras, ouro e prata, existentes no sertão da Bahia. Como se não bastasse aos invasores da América do Sul a criação imediata da lenda da "serra resplandecente", toda de prata e esmeraldas, quase que ao mesmo tempo o gênio inventivo de sir Walter Raleigh lhes infiltrava na alma a existencia do Eldorado, do qual o audaz aventureiro traçou primorosa descripção(7) Nota do Autor, reproduzida pelo seu compatriota Southey em não

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