INTRODUÇÃO
A UNESCO interessou-se ultimamente pelo conhecimento da situação de contato entre negros e brancos no Brasil. Patrocinou, por isso, algumas pesquisas sobre o problema em nosso país. Considerações diversas levaram essa instituição a concentrar esses estudos em comunidades localizadas no Brasil norte, nordeste e leste. Na região sul foi efetuada uma investigação na cidade de São Paulo. Associadas com outras que já haviam sido realizadas anteriormente, essas pesquisas permitiram um melhor conhecimento da situação das relações entre negros e brancos no país, no passado e no presente.
Todavia, o estado geral dessas relações na sociedade brasileira não pode ainda ser considerado conhecido. De um lado, faltam-nos dados importantes sobre o passado, dados estes que já foram parcial ou totalmente perdidos. Além disso, a situação de contato no presente não foi investigada segundo um plano ordenado e critérios uniformes. Há trabalhos que se concentram apenas sobre um dos aspectos do fenômeno. Outros abordam o mesmo aspecto, mas com penetração de análise diversa. Enquanto uma monografia mergulha profundamente no problema, outra permanece na sua superfície. E assim por diante. Até mesmo as pesquisas patrocinadas pela UNESCO padecem dessas falhas.
De outro lado, há áreas do país que estão ainda completamente desconhecidas sob esse aspecto. Por uma conjugação curiosa de fatores (entre eles poderíamos