Cor e mobilidade social em Florianópolis

incluir também a interferência da ideologia racial do branco) essas áreas foram desprezadas. Uma delas é a que chamaremos Brasil meridional (Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná). Essa região chamou nossa atenção não apenas porque fora excluída dos projetos de pesquisa anteriores, mas em consequência de certas peculiaridades de sua formação histórico-social.

Por isso interessamo-nos pelo estudo das relações entre negros e brancos nessa parte do país. Entretanto, como não seria possível, nem necessário, um estudo exaustivo de toda a área, selecionamos quatro comunidades (Pelotas, Porto Alegre, Florianópolis e Curitiba) que oferecem condições para uma análise científica relevante, já que constituem centros de difusão cultural e de dominância econômica e política, além das peculiaridades de sua formação histórica.

Insistindo na significação científica que o estudo dessa região proporciona, cabe lembrar que, quanto à formação histórico-social e econômica, aqueles Estados do sul do país diferem das áreas de povoamento mais antigo, onde as relações raciais já foram estudadas, porque:

1) não se desenvolveu neles, em grande escala, uma exploração de produtos tropicais do tipo colonial;(1) Nota do Autor

2) em consequência, o regime escravocrata teve menor extensão e intensidade do que em outras áreas do país;

3) finalmente, a colonização estrangeira (principalmente alemã, italiana e polonesa), nos moldes em que se processou, contribuiu para a elaboração de padrões de convivência racial diversos dos que prevaleceram nas zonas tradicionais.(2) Nota do Autor

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