Cor e mobilidade social em Florianópolis

no planalto central, porque foi aí que se formou o mercado de absorção desse bem econômico. Aos portugueses esse comércio beneficiou porque, sendo-lhes evidentemente essencial a exploração aurífera, a circulação da produção da zona mineradora realizou-se graças ao aproveitamento do gado muar e cavalar, que permitiu o transporte mais adequado às condições topográficas daquela área, considerando-se o nível de desenvolvimento tecnológico da época.

Dessa forma, desde o início da penetração paulista no Sul, a produção dessa área visou o mercado interno da Colônia. E mesmo mais tarde, na época do charque, o mercado para a produção sulina estava na área colonial (espanhola ou portuguesa). A economia dessa região organizou-se, pois, como uma economia subsidiária da economia propriamente colonial, isto é, daquela que visava a exportação para o mercado internacional.

Mas essa particularidade não deve encobrir o fato de que, se é verdade que o "sentido geral da colonização dos trópicos" foi o da exploração dos recursos de um território virgem, em proveito do comércio europeu, é só parcialmente verdadeiro que a colonização do Sul tenha escapado a este esquema. A colonização nessa região assume formas específicas de desenvolvimento que a irão diferenciar das outras áreas do Brasil. Contudo, essas formas particulares são uma consequência da função econômica que as riquezas dessa área irão desempenhar na organização econômica geral da Colônia.

Somente considerando-se a economia sulina como dependente da economia colonial, e por isso mesmo inter-relacionada com ela, poderemos compreender certos aspectos, que nos interessam, do desenvolvimento econômico dessa região.

A explicação da pequena importância do negro na economia do Brasil Meridional, relativamente às outras áreas do país, não pode ser encontrada, senão tendo-se

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