Cor e mobilidade social em Florianópolis

presente o quadro geral da economia colonial. É sabido que num país colonial, que tem sua economia assentada no aproveitamento da mão de obra escrava, os empresários tendem a inverter o capital empatado sob a forma de mão de obra escrava no setor da produção em que exista maior margem de diferença entre os recursos já investidos na aquisição, reposição e manutenção dos escravos, por um lado, e o valor do seu produto de trabalho por outro lado. Tal ocorre justamente no setor exportador da economia.

Por isso o escravo negro não exerceu um papel importante na colonização do Brasil Sul. Essa colonização iniciou-se no momento em que a mineração (setor exportador da economia colonial) desenvolvia-se, consumindo grande número de escravos negros. Em consequência, o preço das "peças" era muito alto e a mão de obra escrava tornava-se quase antieconômica nas regiões do Brasil que não podiam concorrer no mercado colonial de exportação. Economicamente não se justificaria, portanto, a utilização do negro na exploração das riquezas do Sul.(1) Nota do Autor

É preciso considerar ainda o tipo de empresário econômico, que atuou nessa área. O paulista da bandeira colonizadora do Sul não representava mais, na nova ordem econômica da Colônia, o papel que o bandeirante apresador de índios ou descobridor de metais exerceu no passado. As minas, que aqueles paulistas descobriram e quiseram explorar, exigiam, por causa da complexidade da natureza do trabalho na mineração, que os mineradores dispusessem de um montante relativamente considerável de recursos econômicos. Por isso, os empresários que operavam com a mineração precisavam possuir alguma escravaria e só conseguiam sucesso apreciável quando essa escravaria era suficientemente numerosa e contava, como indica Antonil, com um mínimo de diferenciação artesanal. Como é sabido, o

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