Um jornalista do Império

anônima. Nada havia de censurável. O Ministério das "capacidades", onde Vasconcelos sobressaía, subira ao poder graças, em parte, à atuação do Cronista.

A saída do companheiro, Firmino e Josino, em declaração assinada, lamentam a perda. Contam como o Governo de Feijó, adivinhando na imprensa a causa principal de sua derrocada, tentara sufocá-la, enredando-a "em processos, e acabar com ela nas cadeias, ou sentando praça aos que se atreviam responsabilizar-se pelas doutrinas emitidas pela imprensa". Não se acovardara o Cronista e censurara-lhe os desregramentos, "mas esse governo não se atreveu a acusar-nos, que nós nunca transpusemos os limites da lei".(25) Nota do Autor

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Chegado ao Governo, mantinha o jornal conduta independente. Faria oposição quando fosse oportuna, "porque a oposição é elemento de ordem nos Governos representativos, porque é a oposição que tempera com exame e espírito de reforma o estacionamento e conservação do constituído, que domina ou deve dominar o espírito dos Governos". (26) Nota do Autor

Advertira o Ministério sobre influências de circulozinhos. Sales Tôrres Homem, redator político do Jornal de Debates, disputava, com apoio de Joaquim José Rodrigues Tôrres, Ministro da Marinha, a legação em Paris. Houve resistência. Tôrres Homem agitou-se. Os comentários ganharam a rua. Glosando o empenho, as reclamações e o barulho do jornalista, que por conhecer Paris, ali queria voltar como ministro, o Cronista atirava a farpa do improviso famoso de Chapelle:

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