Um jornalista do Império

"Marion pleure, Marion crie,

Marion veut qu'on la marie."

A maldade dos versos seguia-se a perversidade do comentário: "E por fim tanto chorou, tanto gritou Mariquitas, que não houve remédio senão casá-la. E dizem já estar despachado para importante missão diplomática. O Ministério irá nomeando e nós examinando."(27) Nota do Autor

Em Sales Tôrres Homem - o Timandro Firmino terá o mais ferrenho adversário na imprensa. A animadversão entre eles seria fruto do comentário ferino? Gorou a designação. Pouco depois o futuro Visconde de Inhomirim alistava-se nas fileiras da oposição. A luta entre ambos somente cessará quando o autor do Libelo do Povo, deixando o Partido Liberal, regressar novamente para o Conservador, logo após haver passado pelas águas lustrais da Conciliação do Marquês do Paraná, e experimentado as seduções do poder.

Conseguira o Cronista posição de relevo. Seus artigos eram transcritos pelos jornais, principalmente pelo de Vasconcelos, o Sete de Abril. Pagava caro a importância. Zurziam-no os periódicos contrários ao Gabinete. O Parlamentar chama a seus redatores "assalariados do Ministério" e outros epítetos contundentes. Assalariados - replicam - eram, então, não somente os jornalistas que defendiam o Governo, mas todos os eleitores que lhe haviam dado maioria na Câmara. A linguagem dos antagonistas reparavam: "Por que fazer renascer em nossa terra os impuros escritos dos Matracas, e Fado dos Chimangos?"(28) Nota do Autor O jornal de Firmino podia orgulhar-se de usar linguagem limpa.

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