Estraçalhavam o burel de frei Bernardo e amarrotavam o canudo de bacharel dos moços jornalistas. Por não cortejar o poder, nem a oposição, tornara-se alvo das setas e das fúrias. "Eis a posição do Cronista" - exclama. "Qual o jornal que o não tenha batido! Qual o ministro, qual o oposicionista, que o não haja amaldiçoado! O Correio Oficial não nos poupa, o Sete de Abril de vez em quando lá nos arremete, o Parlamentar e o Jornal de Debates nos supõem vendidos ao ouro do poder, o eco descompassado e rouco do jornalismo de Minas repete estas insolências, o Diário do Rio dá-nos ferroadas e ultimamente um Arquivista raciocinador e desmemoriado supõe-nos democratas."(32) Nota do Autor
Democrata era imputação feia. O vocábulo possuía, então, outro sentido...
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Quando das eleições para Regente, tiveram os jovens do ,Cronista ideia inusitada. Não se faziam entrevistas como hoje. Quem tinha alguma coisa para publicar mandava artigo ou comunicado. Ninguém prestava declarações a repórter. Sob o título "Franqueza Política" pedem a Araújo Lima, a Holanda Cavalcânti, e a todos os mais candidatos, responder às seguintes perguntas: "As atuais instituições podem salvar o Brasil? - É mister modificá-las? - Em que sentido, centralizador ou federal? - Que pensam sobre a imprensa? - Que segurança dão às suas promessas?" E aduziam: "O Cronista oferece suas páginas para publicação das respostas, e sustentará o candidato que concordar em pensamento com os redatores."(33) Nota do Autor Tudo escrito