de qualquer tentativa de submissão militar da Grã-Bretanha, consolidar as conquistas penosamente realizadas na movediça cena politica continental. Assim é que, numa jornada fulminante, através de metade do território europeu, atirou-se, com uma fúria apocalíptica, sobre os exércitos aliados que, em diferentes países, tomavam posição para a revanche. Precipitando-se sobre as forças combinadas da Áustria e da Rússia, derrotou-as em Austerlitz, no dia 2 de dezembro, e desfez, antes que chegasse a tomar forma, a Terceira Coalisão, organizada por Pitt. A Áustria rendeu-se imediatamente, mas a Rússia, procurando corrigir a posição difícil a que foi atirada, decidiu fazer um recuo estratégico, reagrupando suas forças dispersas nas proximidades das suas próprias fronteiras. Em outubro do mesmo ano, tendo preparado uma armadilha contra os exércitos prussianos, destruiu-os em Iena e em Auerstadt e, no mês seguinte, em Berlim, decretou a exclusão do comércio britânico de todos os portos europeus, sob o seu controle.
A Europa Ocidental passou a jazer, então, sob o jugo implacável de Bonaparte, com seus reinos riscados do mapa, seus exércitos destroçados e sua população sofrendo os horrores do regime policial, instituído pelos governadores militares e imposto como providência de segurança. O projeto que, com luxo de detalhes, elaborara da integral dominação do continente ficara, assim, parcialmente executado e como a Inglaterra, compreendendo o perigo a que estava exposta, recolhera-se, para refazer as forças, ao seu inacessível isolamento do outro lado da Mancha, só a Rússia deixou-se ficar no campo da luta à espera da acutilada impiedosa da sua vingança.
Sem descansar sobre os louros de tantos triunfos sucessivos, Bonaparte investiu, com determinação e rapidez, contra o colosso moscovita. Em fevereiro de