George Canning e o Brasil 1º v.

recomeço da guerra, o Gabinete Addington demitiu-se e Pitt foi chamado, pela segunda e última vez, ao poder.

Já na primeira fase da sua administração, Pitt preocupara-se com a possibilidade de desfechar um golpe de morte nos interesses comerciais da França, fazendo uma intervenção aberta e decisiva na América Latina, de forma a trazê-la, sob a forma de nações, cuja independência houvesse sido fomentada pelos capitães ingleses, para a esfera de influência direta da Grã-Bretanha.

Naquela época, a Espanha, com a sua política de neutralidade, mais que duvidosa, constituía um motivo de preocupações constantes para o governo britânico. Obedecendo às oscilações do governo de Madrid, Pitt realizava, por seu lado, uma política de "atração e de repulsão à Espanha"(6), Nota do Autor parecendo, às vezes, que estava preparando um ataque geral à América Espanhola, mas, de repente, mudava de tática e tomava outro rumo. Daí a razão porque o Gabinete de Londres nunca perdeu de vista qualquer manifestação de anseio autonomista dos americanos. Os emissários que iam à Inglaterra, libertadores e generais, verdadeiros ou falsos, — todos com o seu drama e sua mensagem sobre a "ultrajante opressão" ou sobre o "odioso jugo da mãe-pátria" eram ouvidos e escrutinados pelas autoridades britânicas, sendo que alguns mereceram mesmo a atenção de membros graduados do Gabinete.

De lado a lado, porém, havia insinceridade, divergência flagrante de objetivos, incompatibilidade violenta de opiniões. O que os nacionalistas latino-americanos desejavam era a independência, o rompimento com a mãe-pátria, a formação de uma nacionalidade autônoma. O que a Inglaterra procurava era o estabelecimento de

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