zonas de influência, era o interesse comercial, e, se possível, alguma vantajosa anexação territorial. A disparidade dos fins visados não impedia, contudo, que os dois lados trocassem ideias em sigilo, organizassem planos, traçassem esquemas que envolviam decisões sobre o futuro político da América.
De todos os inconformados que, naquele período, procuraram o auxílio e a proteção de Pitt, nenhum ultrapassou o general Francisco de Miranda em brilho de inteligência, recursos de imaginação e afirmação de personalidade. "Espetacular e romântica foi a carreira de Francisco de Miranda", escreveu o seu mais autorizado biógrafo(7), Nota do Autor "o precursor, o cavaleiro, andante e o promotor da liberdade hispano-americana. Foi ele o primeiro sul-americano culto a realizar uma tournée, tanto pelos Estados Unidos, como pela Europa, e a sua vida iria se revelar de um interesse singular já que, com o correr dos anos, faria projetar seu nome nos círculos mais fechados da política e da sociedade europeias por ter sido a única personalidade do seu tempo que participara diretamente de três relevantes acontecimentos: a luta pela independência das treze colônias americanas, a Revolução Francesa e a guerra pela libertação da América Espanhola. De Miranda pode-se dizer, sem exagero, que, mais do que qualquer outro dos seus contemporâneos, conheceu e cativou o maior número de figuras destacadas do seu tempo, tanto no Velho, como no Novo Mundo: o general Washington, o impetuoso marquês de Lafayette, Haydn, o compositor, a enigmática autocrata Catarina II, William Pitt, Alexander Hamilton, o insolente general Dumouriez, Napoleão, Bernardo Riquelme, mais tarde famoso como o Ditador O'Higgins, o Duque de Ferro, Simão Bolivar que iria