Karagós, mas dentro de suas casas ou nos harens), foi assistida por Gérard de Nerval. A peça intitula-se Karagós, vítima da castidade:
"Vê-se aparecer atrás da tela uma decoração que representa uma praça de Constantinopla, com uma fonte. Em seguida, passam sucessivamente: um cavaleiro, um cachorro, um aguadeiro e outros personagens mecânicos cujas vestes tinham cores diferentes e que não eram simples silhuetas (pretas) como nas sombras chinesas que conhecemos.
"Logo, vê-se sair de uma casa um Turco, seguido duma escrava que conduzia um saco de viagem. Ele parecia inquieto, e, de repente, tomando uma resolução, bateu à porta de uma outra casa da praça, gritando: Karagós! Karagós! Meu melhor amigo, será que ainda estás dormindo?
"Karagós apareceu à janela e à sua vista um grito de entusiasmo ressoou no auditório e depois, tomando apenas o tempo de vestir-se, voltou para abraçar seu amigo...
"- Escuta, disse este último, preciso que me prestes um grande serviço, pois um negócio importante me faz ir a Brousas. Sabes que sou casado com uma mulher muito bonita e confesso-te que me custa deixá-la sozinha, pois não tenho muita confiança nos meus criados... Pois bem, meu amigo, ontem à noite tive uma ideia: fazer-te o guardião de sua virtude. Conheço tua delicadeza e a afeição profunda que tens por mim. Estou feliz por poder dar-te esta prova de amizade.
"- Infeliz! diz Karagós, que loucura! Olha para mim.
"- E então?
"- Como! Não compreendes que tua mulher, vendo-me, não poderá resistir a ser possuída por mim?
"- Não vejo nada disso, diz o Turco, ela me ama e se devo recear alguma sedução à qual ela se entregue, não é do teu lado, meu pobre amigo, que virá, tua honra responde por tudo... e depois... Ah! por Alá! Tu és singularmente dotado, mas conto contigo.