circunvizinhas. Nem a sua luta se enquadra em qualquer dos tipos a que acima nos referimos.
De outro lado, não foi para reprimir a introdução de um novo credo religioso em determinado espaço geográfico do território nacional, ou a sua aceitação por parte da sua sociedade, que o Exército tomou das suas armas e foi sacrificar-se e sacrificar os "novos crentes", nos sertões de Santa Catarina. Não seria isto admissível, de vez que a Constituição garantia a liberdade de culto, desde que pacífico, sendo livre qualquer cidadão, como ainda hoje, de professar o seu credo, uma vez que consentâneo com os mores legais e tradicionais da comunidade nacional. Não se verificou uma sublevação para impô-lo à força a quem quer que fosse. Não houve, mesmo, sequer, uma nova religião em foco, nem a introdução de novas ideias ou de insubmissão à hierarquia eclesiástica. Ausentes estiveram a apostasia, a heresia e o cisma.
Mas, mesmo que tivesse havido qualquer delas, que tivessem surgido os três ou um apenas destes fatores, dificilmente se conceberá que, dentro do sentimento de disciplina e do dever, concordassem as Forças Armadas da Nação servir de instrumento a uma repressão religiosa, quando os seus mais eminentes chefes pertenciam a uma geração que se formara à sombra das pregações doutrinárias do positivismo de Teixeira Mendes e de Benjamim Constant - nas quais a liberdade de culto ocupava um lugar preferencial.
O que se verificou foi justamente uma campanha alicerçada na propaganda de se tratar de uma luta religiosa, movida pelo sentimento de fanatismo católico, deturpado nas suas práticas pelos sertanejos, que o impunham pela força. Assim, justificava-se a campanha, pela defesa da liberdade de culto... dos que não se viam coagidos.