João Maria: interpretação da Campanha do Contestado

Em 1845, não obstante o statu-quo assinalado, novamente o Governo de São Paulo tomou iniciativas em território que não era de sua jurisdição, mandando agentes seus abrir uma estrada entre Campos Novos e Curitibanos, suscitando o fato novos protestos de Santa Catarina. A Assembleia Provincial catarinense dirigiu, então, à Câmara uma representação, encarecendo a necessidade de serem por lei fixados os limites provinciais, de acordo com a documentação histórica em que a mesma baseava as suas reivindicações, voltando em 1846 a dirigir nova representação, e pedindo solução para a que anteriormente fizera.

A comissão de Estatística da Câmara, depois de longas considerações, apresentou um projeto, autorizando o Governo a mandar deis engenheiros para "investigarem os melhores limites naturais que hajam entre as Províncias de São Paulo e Santa Catarina, bem como de qual das Províncias ficavam mais próximos dos Campos de Palmas (1 de agosto de 1846)". Nada se fez entretanto.

No ano de 1853, depois de sucessos políticos que não vêm ao caso relatar, foi elevada a 5ª Comarca de São Paulo à categoria de Província (Lei de 29 de agosto), com "a extensão e os limites da referida Comarca".

A fim de deixar claro este assunto que, pela maneira pela qual fora redigida a Lei, transferia para a nova Província as dúvidas lindeiras que com a antiga vinham sendo suscitadas, no ano seguinte, o "deputado catarinense Joaquim Augusto do Livramento, apresentou, a 2 de junho, um projeto de Lei à Câmara Geral, deixando nítido que "as divisas entre as Províncias de Santa Catarina e o Rio Grande do Sul são o rio Mampituba, o arroio das Contas, o rio Pelotas e o Uruguai, e entre aquela Província e o Paraná são o rio Saí Grande, o rio Negro e aquele em que ele desagua".

O insigne chefe liberal Zacarias de Góis e Vasconcelos, que a 19 de dezembro de 1853, assumira a Presidência da

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