João Maria: interpretação da Campanha do Contestado

não fosse resolvida a questão de limites com a Argentina, a respeito dos Campos de Palmas.

Desta forma, mais uma vez se adiou a solução do problema, solução que teria evitado as consequências que, afinal, surgiram.

Já então os protestos não se resumiam nas reclamações escritas, citando fatos históricos. Quando se verificaram as disputas locais, em torno de territórios, já se apelava para a força.

Em 1896, o Governador Hercílio Luz fez enviar um contingente da Polícia catarinense para garantir em São Bento a reconstrução de algumas pontes destruídas pelas autoridades municipais de Rio Negro. Pouco depois, em Palmas, registraram-se conflitos, e o Paraná, atendendo a que a zona se ia aos poucos conflagrando, embarcou também com destino ao Rio Negro um forte contingente da sua Força Policial.

Por toda parte sentia-se latente uma disposição para a luta, solicitando as localidades da mal determinada fronteira, aos respectivos Estados, forças para as garantirem. O caso de São Bento não se resolveu com a simples presença do contingente policial. Tendo as autoridades paranaenses assegurado às de Santa Catarina que não obstariam a reconstrução das pontes, recolheu-se o contingente militar para a sede da Vila - o que tanto bastou para que fossem as pontes novamente depredadas e destruídas, obrigando ao envio do restante da Força Policial da Capital do Estado para a zona. Um sério conflito poderia ter resultado dessa animosidade, o que felizmente não aconteceu. Reconstruídas as pontes, regressaram os contingentes, quer do Paraná, quer de Santa Catarina, aos respectivos quartéis, ficando apenas no Rio da Lança um pequeno contingente de 27 praças. Todavia, recrudesceram os conflitos quando a Força do Paraná aprisionou o pequeno destacamento, usando para fazê-lo 230

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