Capítulos da história social de São Paulo

o Ocidente português, em vez de o ser, como o foi, pelo futuro casamento entre Isabel de Castela com Fernando de Aragão, para o Oriente catalão.

Com esse esplêndido monarca que foi D. João I, o Mestre de Aviz, teve princípio a casa de Aviz.

Graças ao casamento do Mestre com D. Filipa de Lancaster, filha de João Gaunt, que auxiliou os portugueses em Aljubarrota repetindo aí a tática que tão bons resultados dera aos ingleses em Crecy e Poitiers, essa dinastia se perpetuou em D. Duarte que em 1433 subiu ao trono, com a morte de seu pai.

D. Duarte reinou apenas cinco anos, pois em 1438 ascendeu à suprema governança Afonso V, o Africano, seu filho, primo irmão do famoso Carlos, o Temerário, duque de Borgonha, também neto de D. João I de Aviz, por sua mãe a princesa D. Isabel, a infanta de cabelos cor de fogo.

Afonso V reinou até 1481. Durante o seu reinado, faleceu (1460) seu tio, o infante D. Henrique, o Navegador, que havia iniciado o grande movimento desvendador dos mistérios do "mar tenebroso".

A seguir a esse monarca, que quase foi vitorioso na batalha de Toro, que o faria senhor de toda a Ibéria, reinou seu filho D. João II, astucioso, que tinha dias em que agia como coruja e dias como falcão, isto é, havia ocasiões em que procedia com astúcia nas trevas e outras em que o proceder com violência se impunha. Eis o verdadeiro modelo do "Príncipe", se Machiavel tivesse conhecido melhor a sua vida que a de César Borgia, o expoente típico dos governantes dessa época soturna em que a Renascença já tinha surgido na Itália e apenas madrugava na Ibéria. O verdadeiro inventor dessa norma de governar não foi o filho de Alexandre VI, pois era regra entre os déspotas dessa era tenebrosa, em que imperavam as tofanas, etc.

D. João II acolheu em Portugal os judeus que a cegueira fanática de Fernando, o Católico, expulsava da Espanha.

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