Capítulos da história social de São Paulo

Compreendia o proveito que essa gente, que representava um grande capital para a Ibéria, poderia representar para Portugal.

Infelizmente esse monarca morreu em 1495, passando a coroa portuguesa para seu primo D. Manuel, porquanto D. João II não havia deixado descendentes.

D. Manuel se casara com D. Isabel de Castela, filha dos reis católicos e irmã de D. Joana, a Louca, que se casara com Filipe, o Belo (filho de Maximiliano de Habsburgo e de Maria de Borgonha, esta filha de Carlos, o Temerário). Por imposição da noiva, D. Manuel, em 1495, expulsou os judeus de Portugal, medida odiosa e prejudicial, porque esses judeus expulsos iriam fazer a grandeza da Holanda, onde se refugiaram levando as grandes riquezas que possuíam.

D. Manuel assistiu, em seu venturoso reinado, não só a descoberta do caminho do Oriente, com a magnífica viagem de Vasco da Gama, como ainda à do Brasil com a sabida e estafada frota de Cabral.

Muito naturalmente o rei português, entretido com o seu prodigioso comércio com a Índia, não podia cuidar do Brasil, região desprovida não só de civilização como de população que pudesse consumir os produtos que o comércio português oferecia. Por outro lado, Portugal não podia auferir do Brasil grandes quantidades de matérias primas, mesmo porque o Brasil só produzia o pau famoso, próprio para tinturaria. Nesse tempo já D. Manuel estava casado com sua cunhada, a infanta D. Maria de Castela, irmã de sua primeira esposa, D. Isabel, que havia falecido, e filha, como ela, de Fernando e Isabel, os reis católicos.

Foi nesse justificado descaso pelo Brasil que, em 1521, faleceu D. Manuel, subindo ao trono seu filho D. João III, nascido em 1502, do segundo matrimônio de D. Manuel.

D. João III, poucos anos depois de assumir a governança de Portugal, casou-se com D. Catarina de Habsburgo,

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