sua prima, filha de Filipe, o Belo, de Habsburgo e de Joana, a Louca, irmã portanto de Carlos V.
Até 1530 D. João III esforçou-se junto à Santa Sé no sentido de ser estabelecida a Inquisição em Portugal; realizado o seu desejo, D. João III, que já percebia a decadência da Índia com todo o miraculoso Oriente, volveu os olhos para o Brasil, até então disputado pelos franceses, ávidos de pau-brasil.
Foi com o desenrolar dos sucessos de seu reino que D. João III teve o apelido de "Colonizador"
Em dezembro de 1530 fez partir, à frente da primeira expedição de colonização, seu companheiro de infância, Martim Afonso de Sousa, que com seu irmão Pero Lopes de Sousa trouxe para São Vicente o primeiro núcleo de povoadores lusos e que foi a semente primeva lançada com ousadia nas selvas do Novo Mundo.
Logo a seguir, a conselho de Diogo de Gouveia, um português ilustre na corte de Francisco I de França, o rei colonizador dividiu o Brasil em capitanias hereditárias.
Era, sem dúvida, a instituição de um regime legal administrativo, condizente com o estado de disparidade dos ambientes físicos e com a falta de comunicações entre essas partes de uma região imensa.
D. João III não se contentou com essas demonstrações de grande interesse pelo Brasil, pois, verificando que o regime das capitanias hereditárias era por demais descentralizador, o que no momento não convinha, a fim de serem os inimigos internos e externos combatidos com o concurso de todos, criou o Governo Geral, que deveria desempenhar a função de centro coordenador. Para isso D. João III enviou, em 1549, uma grande expedição colonizadora, comandada por Tomé de Souza, a qual, graças ao auxílio de Caramuru, pôde estabelecer-se no centro, na capitania da Bahia que a Coroa havia comprado aos herdeiros de Francisco Pereira Coutinho.