auxílio dos jesuítas, que muito fizeram pela causa de Portugal, talvez pelo antijesuitismo dos monarcas espanhóis, e contra uma nação empolgada na Guerra dos 30 anos tendo como adversária a França, foi, não há que duvidar, uma reação ideológica cheia da mais cristalina beleza. Solidifica-se agora em Portugal, com Rodrigues Cavalheiro e outros, um movimento no sentido de reabilitar o pusilânime D. João IV, VIII e IX duque de Bragança, ainda que à custa da firmeza varonil de D. Luiza de Gusman, aquela que preferia morrer rainha a viver duquesa. Confesso prefiro manter-me na velha opinião sobre a invalidez moral do duque de Bragança e a fortaleza espartana da filha de Medina Sidonia. D. João IV foi mantido no trono pela espada de Matias de Albuquerque, o conde de Alegrete, que venceu os espanhóis na refrega de Montijo.
Faleceu o novo monarca em 1656, deixando seus filhos ainda menores, sendo que o herdeiro da coroa era D. Afonso VI, que ficou sob a regência de D. Luiza, visto haver morrido o filho mais velho, D. Teodosio.
Afonso VI, que mais tarde se casou com D. Maria Francisca da Sabóia, foi um monarca debochado, tendo herdado também a fraqueza paterna. Logo estourou o escândalo. Maria Francisca que já se havia tornado amante de seu cunhado Pedro, proclamou que não obstante ser casada com Afonso VI, este era impotente, a ponto de não ter conseguido consumar o casamento. Com esta alegação conseguiu a anulação de seu casamento com D. Afonso VI, casando-se com o irmão, D. Pedro.
A terceira filha de D. João IV, a infanta D. Catarina, muito piedosa e puritana, a esse tempo já casada com o rei da Inglaterra, Carlos II, que havia restaurado a casa dos Stuart, protestou veementemente contra a injustiça de que julgava vítima Afonso VI, mas não impediu que este em 1667 fosse deposto pelo irmão D. Pedro II, sendo internado(2) Nota do Autor.