de acordo com o evoluir da epopeia da Reconquista peninsular, que foi uma luta heroica, militar e religiosa do Evangelho contra o Corão, da Cruz contra o Crescente, da espada contra o iatagã, do elmo contra o albornoz, etc. Cérebros acanhados servidos por generosos corações e músculos poderosos, empenharam-se, com ardor fanático, pela vitória da Cruz contra o Crescente.
Coincidindo com o fim da Reconquista, com o término da dinastia de Borgonha e com o da Idade Média, surgem dois novos fatores que orientam a evolução histórica portuguesa por sendas absolutamente desconhecidas.
É a caravela emparelhada com a pólvora. Aquela, com a bússola, dilata os horizontes da civilização levando-a à África e à América, através do Atlântico e colocando a Índia em comunicação com o Ocidente, através do Índico. Esta, pondo termo ao feudalismo medieval, por um mecanismo facílimo de avaliar, teve como acontecimento concomitante a substituição da extinta família dos Borgonhas, pela dos Aviz e, no mundo em geral, pelo aparecimento da Renascença, fenômeno fulgurante da História da Civilização, causada pelo lustre que o papel e a imprensa deram ao intelecto humano.
No tempo dos monarcas Borgonhas, Portugal não possuía ainda nacionalidade perfeitamente destacada na imensidão hispânica, da qual era a parte ocidental(3) Nota do Autor. Os atributos