Capítulos da história social de São Paulo

CAPÍTULO LVI

DEMOGRAFIA


No século quinhentista, o país todo tinha cerca de 57 mil habitantes, dos quais havia grande maioria concentrada no Norte. Para o século seiscentista, no seu primeiro ano, Luiz Amaral (História Geral da Agricultura Brasileira, p. 72) citando Roberto Simonsen, registra cem mil habitantes, dos quais 30 mil brancos. Para cem anos depois, segundo o mesmo Roberto Simonsen, o total subiu a 200 mil. Em 1660, para Contreiras Rodrigues, citado pelo mesmo Luiz Amaral, a população total do país subia a 184 mil, o que se acorda com o total de Roberto Simonsen, para 1700. Mas o mesmo Contreiras Rodrigues, para 1690, consigna o total de 300 mil.

Isso, para antes do ouro. Para depois do ouro, cem anos depois de quando o Brasil todo só tinha dois a três centenas de milhares de habitantes, Luiz Amaral assinala 3.250.000 habitantes (loc. cit., p. 73). Em cem anos, de 1600 a 1700, segundo Simonsen, o total demográfico brasileiro subiu de cem mil habitantes apenas. Houve duplicação. Durante o mesmo período de tempo, de 1700 a 1798, a população subiu para 3.250.000 ou multiplicou-se por um algarismo de mais de dez. Isso só se pode atribuir ao ouro.

É claro que o referido é com relação a todo o Brasil e só estamos estudando o respeitante a S. Paulo, Mas esse fenômeno era extensivo a todas as partes, de modo que guardadas as proporções, o raciocínio acima é aplicável a São Paulo.

Em regra, o Norte era 50 vezes mais importante e mais povoado que S. Paulo.

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