Pedro II

Ainda não há muito, um dos mais acirrados adversários póstumos de Pedro II dizia-me, aliás muito cortesmente, que os belos Sonetos do Exílio eram positivamente da lavra de Carlos de Laet e a Fé de Ofício da de meu Pai.

Assim, pois, com verdadeiro júbilo, li o artigo de meu ilustre colega, Dr. Rodrigo Octavio, na edição do Jornal do Comércio de 12 de agosto do corrente. Soube então da existência de um rascunho do nobre documento, cuidadosamente por ele conservado.

Com a maior curiosidade percorri-o e desta leitura me proveio intensa satisfação. Verifiquei a quase perfeita identidade dos dois originais e pude apreciar quanto o rascunho de propriedade do Dr. Rodrigo Octavio se aproxima do texto por meu Pai impresso no Jornal do Comércio.

É muito interessante recordar porém como semelhante papel foi ter às mãos de meu ilustre colega da Academia Brasileira.

Ouçamo-lo, pois :

\"Como é sabido, na comitiva, que acompanhou a Família Imperial, (ao Exílio), incorporou-se, voluntariamente, André Rebouças, cujos sentimentos de gratidão e estima para com o velho monarca se revoltaram com a deposição e o desterro.

Era André Rebouças uma forte personalidade, engenheiro de renome, homem de grande envergadura moral. Era, porém, negro, feio e ainda em cima todo picado de bexiga.

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