depois de rápido exame, estornei para mim um exemplar do pequeno livro de Benjamin Mossé sobre Don Pedro II. O volume estava todo anotado, a lápis azul, por André Rebouças e trazia no frontispício a data da aquisição em Lisboa, 5 de janeiro de 1890. Além dessas circunstâncias de estimação, eu sabia que o livro era interessante, escrito com elementos e indicações fornecidas ao Autor pelo Barão do Rio Branco, que, segundo era corrente, escrevera, ele mesmo, toda a parte relativa à Guerra do Paraguai. O volume estava recheado de retalhos de jornal com notícias referentes ao Imperador. Para que, do que estava nele, coisa alguma se pudesse perder, passei-lhe um barbante em volta e, assim amarrado, o trouxe para casa.
Só meses depois, preparando livros para mandar encadernar, foi que tomei do pequeno volume e examinei o que dentro dele havia; aí encontrei, ao lado de retalhos de jornal, sem maior interesse, duas folhas de papel quadriculado, grandes, dobradas em quatro e presas por um fio de barbante verde; nesse papel, por fora, havia esta anotação, a lápis azul, do punho de Rebouças:
— "Minha Fé de Ofício — Cannes, abril de 1891.
"O original escrito pelo Conde Motta Maia e correto por D. Pedro II."
Dessas duas folhas de papel estão escritas seis laudas de uma letrinha fina, com emendas e entrelinhas por letra do Imperador, de cujo punho são, também, integralmente, as 7 linhas finais."