Justiniano José da Rocha (1811-1862)

R. Magalhães Júnior, enalteceram a figura de Justiniano como jornalista, dos maiores que já teve o Brasil, e também, como escritor notável.

Nascido em 28 de novembro de 1811 e não em 1812, como consta de todas as suas biografias, suas origens ficaram até agora imersas em mistério e confusão. Alguns autores dão-no como filho do Capitão-mor José Joaquim da Rocha, prócere da Independência, eleito Deputado às Cortes de Lisboa, membro da Constituinte de 1823, Ministro do Brasil em Paris e Roma. Outros dizem-no filho de José Caetano da Rocha.

O Sr. R. Magalhães Júnior, que publicou sobre Justiniano um dos melhores estudos existentes, nos Três panfletários do Segundo Reinado endossou a versão do Visconde de Nogueira da Gama, em Minhas Memórias, de ser Justiniano filho do Capitão-mor José Joaquim da Rocha. Encontrou aquele escritor, para legitimar sua convicção, vários elementos e razões plausíveis. Mas, prosseguindo nas suas pesquisas, chegou o Sr. R. Magalhães Júnior à certeza do erro em que colaborava, conseguindo afinal a certidão de batismo de Justiniano nos arquivos da Faculdade de Direito de São Paulo, cujo curso ele frequentou de 1829 a 1833. Por esse documento, ainda não publicado, vê-se que Justiniano era filho legítimo de José Caetano da Rocha e D. Maria Luisa Muzzi, o que consta também do discurso do Dr. Tomás Alves, seu sucessor na cátedra da Escola Militar, pronunciado nas comemorações do trigésimo dia de falecimento do jornalista. Nesse discurso está também precisada a data de seu nascimento.

Aliás, era fácil concluir pelo erro dos que davam Justiniano como filho do Capitão-mor José Joaquim da Rocha, pois este faleceu em 16 de julho de 1848, e Justiniano, no seu famoso discurso autobiográfico de 26 de maio de 1855, refere-se à morte do pai em data muito anterior àquela.

A filiação de Justiniano está, assim, comprovada por dois documentos decisivos: o assento de seu batismo, constante de fls. 463, linha 4, e realizado no dia 10 de janeiro de 1812, na Igreja da Sé do Sacramento, pelo coadjutor Antônio Ferreira Ribeiro, sendo padrinhos Aleixo Paz Sardinha e D. Ana Liberata; e o registro do seu casamento, realizado pelo Primeiro

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