Justiniano José da Rocha (1811-1862)

Silva, João Manuel Pereira da Silva, Costa Cabral, José Maria Paranhos da Silva, o futuro Visconde do Rio Branco.

As primeiras traduções que o Jornal do Commercio publicou em folhetim foram feitas por Justiniano: Os assassinos misteriosos, A rosa amarela, As armas e as Letras, A pele do Leão, O Conde de Monte Cristo, em 1842, Os miseráveis, em 1862, concluída essa tradução por outros, pois nesse ano faleceu Justiniano. Escreveu muitas vezes A Semana, folhetim a cargo de Francisco Otaviano, mas não assinava e poucos sabiam que era ele o autor de muitas dessas crônicas. O seu grande amigo Firmino Silva, de Minas, o interpelara e Justiniano respondera: "O Picot provisoriamente me encarregou das semanas e salvo alguns cortes feitos no meu trabalho pela censura do jornal é do meu bestunto e do meu estilo: o Pedreira o sabe, e tem dado urros! O provisório no jornal, como todos os provisórios em nossa terra, vira-se em permanente. Não me aflijo, muito com isso. Se bem não goste de escrever semelhantes artigos, pois não tenho jeito para engraçado, vou dando às mesmas semanas uma severidade diversíssima da farandolagem bailarina e adulatória que lhes dava o Otaviano".

Justiniano José da Rocha foi, assim, desde os 24 anos, jornalista. Sua incursão na política se deu porque o Partido Conservador dessa forma o compensava de algum modo dos sacrifícios feitos para a sua defesa na imprensa. O professorado foi na vida de Justiniano uma ajuda para poder viver, muito embora ele acreditasse na sua vocação para o magistério, tanto que alimentou por muito tempo o desejo de fundar e dirigir um colégio. Exerceu, para ajuda às suas necessidades financeiras, empregos sem maior relevo, entre os quais o de censor do Conservatório Dramático Brasileiro, nos anos de 1846 e 1847, quando opinou, em pareceres curtos e sem maior interesse, sobre as peças a representar nos teatros do Rio de Janeiro: os dramas Lestocq, O Pagem da Alpibarrota, Três anos da vida de um deputado e As três irmãs da Bretanha, a Tragédia Abamoaçara e a comédia O noivo e a campainha.

A sua verdadeira paixão, a sua vocação real era a imprensa, a sua justa ambição poder realizar uma grande obra jornalística. Na sua correspondência com o amigo da mocidade, compadre

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