Imprensa livre, imprensa oficial e imprensa oficiosa
Quando Justiniano iniciou a sua ação de jornalista, ainda na Regência, já a imprensa havia moderado um pouco os excessos que a marcaram no Primeiro Império como a mais desabusada, verrineira, insolente, pela facilidade de injuriar e caluniar os homens públicos e pelo desregramento da linguagem com que tratava os que lhe eram adversários ou lhe caíam no desagrado. Para essa mudança, concorreu sem dúvida Evaristo da Veiga, pela forma educada e elevada com que redigira a Aurora Fluminense.
Mas, ainda assim, a liberdade de imprensa era interpretada com o excesso que a leva ao campo condenável da mais absurda licença. Os abusos cometidos e a falta de recurso à lei para a repressão dos agravos ou correção dos excessos foram por essa falta de proteção legal, motivo, muitas vezes, de reações violentas em que as redações eram depredadas e os jornalistas surrados impiedosamente.
Na Regência Feijó, os ataques ao Governo eram muito fortes e as injúrias pessoais ao grande e enérgico estadista as mais descabeladas. O Sete de Abril, jornal de Bernardo de Vasconcelos, e o Parlamentar, redigido por Limpo de Abreu, não mediam palavras nos ataques recíprocos e não poupavam os adversários.
O Ministro da Justiça da Regência, Aguilar Pantoja, fez expedir então, em 18 de março de 1837, um decreto rigoroso contra a liberdade de expressão.
O Cronista, jornal de Justiniano, insurgiu-se contra o ato do Regente e atacou com energia a medida, fadada, como tantas outras, a desmoralizar-se na difícil empresa de restringir uma