tal conduta ou se valia, na opinião pública, um apoio que se sabia adquirido por interesse e não por convicção.
Para sanar o inconveniente, o Imperador preconizava a criação de um órgão oficial, no qual não só os atos do Governo seriam divulgados, mas também comentada a sua orientação, justificadas as medidas tomadas, defendida a sua política. Não foi fácil ao Imperador conseguir a aceitação da sua ideia.
No Ministério de 2 de março, presidido por Caxias, submetera a proposta a votos e fora derrotado. Votaram a favor da ideia Caxias, Sousa Ramos e Saião Lobato e, contra, Silva Paranhos, Joaquim José Inácio, Taques e Sousa Melo.
Vencido, não se deu Pedro II por convencido. Voltava à ideia sempre que um comentário de imprensa, uma queixa de Ministro, uma injustiça de jornal comprovava a razão de ser do projeto que não abandonava.
No diário que escreveu no ano de 1862, logo no dia 16 de janeiro diz o Imperador: "Cada vez acho mais precisa a folha oficial e depois que souber todas as despesas que se fazem com a defesa do Ministério na imprensa hei de trabalhar novamente para que se efetive a criação dessa folha".
Inspirara essa expansão imperial a queixa do Ministro da Justiça Francisco de Paula de Negreiros Saião Lobato (depois Visconde de Niterói), de não encontrar quem o defendesse, na imprensa, de ataques a atos seus criticados pelos adversários. Esclarece Pedro II: "É o Rocha que defende o Ministério nos comunicados do jornal por 400$000 por mês, e o Saião acrescentou que acontecia que faltava ao Rocha a principal condição para defensor eficaz que é o bom conceito".
Dois dias depois, estava Pedro II informado das despesas do Ministério com a imprensa: "O Ministro dos Estrangeiros é quem dá mais para pagamento da imprensa. Tenho apontamentos do que despenderam os diversos Ministérios desde o princípio desta administração até agora. Estranhei que o Correio da Tarde que recebe a maior parte dessa despesa escrevesse um artigo censurando o despacho de Aristides da Silveira Lôbo que é procurador fiscal das Alagoas; mas o Paranhos acudiu logo que era preciso não defender todos os