e dois dias depois os mataram, a sangue-frio, todos os homens de arma, em número de cerca de quinhentos e fizeram escravos suas mulheres e filhos".
Tantas informações preciosas mostram a necessidade da tradução, agora completada, para que se tomem acessíveis aos que não estão familiarizados com o idioma francês. A tradução se preocupou mais com o espírito da narrativa do que com o seu sentido literal. Pareceu-nos útil acrescentar-lhe algumas notas, aproveitando, também, as que vinham da edição fac-similar do historiador Frederico G. Edelweiss, que já havia observado que a cronologia do capuchinho não podia ter grande exatidão quando, por exemplo, ele narrava fatos ocorridos já há alguns anos, sobretudo na segunda Relação. A primeira Relação deve ter sido de 1687, aproximadamente; a segunda deve ter precedido de pouco a edição de 1706. Quase vinte anos separam as duas Relações.
Outro ponto que desejo acentuar, na comparação entre o texto das duas edições, a de 1706 e a de 1888, é quanto à distribuição dos subtítulos, em que a edição de 1888 tomou alguma liberdade. O curioso é que, na edição de 1706, os subtítulos são numerosos no começo, sobretudo na primeira parte, escasseando, porém, no transcorrer da narrativa.
BARBOSA LIMA SOBRINHO