Eça e o Brasil

Prefácio

Os amigos de Arnaldo Faro - aqueles, principalmente, que lhe acompanharam os passos desde os tempos de colégio, num contato de vida que se prolongou por mais de cinquenta anos - não duvidavam de que, um dia, acabaríamos por dever-lhe um livro como este, tão estreitos e evidentes eram os laços de simpatia intelectual que o mantinham ligado ao criador de Os Maias.

Claro que, para a produção de obra válida sobre autor como o Eça, não bastaria, por parte de quem se abalançasse a pô-la em execução, preencher as condições que, em Arnaldo Faro, estavam mais que comprovadamente satisfeitas, desde longa data: o conhecimento aprofundado da matéria e o amor pelo tema. Sem virtudes de escritor, um entendido em Eça de Queirós poderia arrolar documentos e tirar conclusões inéditas sobre episódios importantes da vida do autor em estudo, atestando de público admiração por ele, mas não lograria elaborar uma obra literária do peso deste Eça e o Brasil, em que o ensaísta Arnaldo Faro se revela e de maneira plena.

Apresentando-nos sua monografia, em palavras recatadas e poucas, mas bastante de esperar em quem sempre pôs de quarentena toda sorte de exagero e de declarações enfáticas, definiu-se Arnaldo Faro, em relação a Eça de Queirós, como simples leitor de seus livros, leitor que veio de longe, desde os dez ou 12 anos, e que se fez, mais tarde, colecionador "não só do que Eça escreveu, como do que se escreveu sobre ele". O livro de Arnaldo

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