Mencionando que, ao regressar a Portugal, Queirós frequentara determinada loja maçônica, Rocha Martins acrescenta: "pois estava muito ligado, desde a sua residência no Brasil, às ideias liberais". E no auto de sequestro de seus bens, em 1829, são arrolados, além de livros maçônicos, "papéis relativos à revolução do Rio de Janeiro de 1820 ou 22".
Não em 1820 ou 1822, mas em 1821, a 26 de fevereiro, encontramos Queirós em um movimento coletivo. Nessa data, pressionado pela agitação popular, jurou D. João VI, previamente, a Constituição que viesse a ser elaborada pelas Cortes portuguesas.
Foi um dia de tumulto, que quase degenerou em revolução, mas que com aquele extraordinário expediente - jurar que seria jurado o que ainda não se conhecia e nem sequer estava feito - terminou em aclamações e júbilo cívico.
O juramento, prestado perante o povo, em pleno Rossio, na varanda do Real Teatro de São João, foi reduzido a termo, que muitas centenas de pessoas assinaram, jurando também. Entre elas, Joaquim José de Queirós.
Mas a paz duraria pouco. Começara a ganhar terreno a ideia da partida do rei, afinal anunciada em decreto de 7 de março, que também determinava a permanência de D. Pedro. Se a ida do príncipe desagradava aos portugueses, a do rei desagradava à maioria dos brasileiros. A facção exaltada de Macamboa, por outro lado, não se conformava com a derrota sofrida na pretensão da Junta de Governo, com a qual visara a garantir o predomínio das Cortes portuguesas.
Ferviam boatos, circulavam proclamações exaltadas, multiplicavam-se os pasquins anônimos. Tudo isso às vésperas da reunião dos eleitores paroquiais, a ter lugar no domingo de Páscoa, 22 de abril. Incumbia-lhes escolher os eleitores da Comarca; a estes, por seu turno, caberia eleger os deputados às Cortes de Lisboa. Estavam sendo convocadas, no entanto, dessa vez, para matéria estranha às suas funções. Resolvera o rei, por inspiração de Silvestre Pinheiro Ferreira, ministro dos Estrangeiros e Guerra, submeter-lhes as instruções que regulariam a regência e os nomes que comporiam o governo de D. Pedro. Embora alguma reserva fosse mantida, não tardou a transpirar a verdadeira finalidade da reunião. Mais se alvoroçaram os ânimos com a perspectiva de que pudessem ser alteradas aquelas decisões governamentais.