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Ofício de Luís Paulino ao conde de Rio Maior
Rio de Janeiro, 19 de setembro de 1823
Il.mo e Ex.mo Senhor:
No dia 18 de agosto pela manhã e debaixo de serração e chuveiros, entrei na Bahia, e, sendo imediatamente a minha embarcação subida por alguns oficiais ingleses, conhecemos então que aquela cidade, porto e província estavam debaixo do domínio brasílico, havendo embarcado toda a tropa e indivíduos, os que se quiseram retirar, no dia dois de julho e havendo sido perseguidos e tomados pelas forças comandadas por lorde Cochrane muitos transportes de tropas e efeitos.
O comandante do porto exigiu os documentos com que pudesse legalizar a minha entrada com bandeira parlamentária e, pelo mesmo, fui conduzido ao Palácio do Governo para o dito fim. O espírito efervescente e orgulhoso, pelas circunstâncias em que se achava aquele povo, era de recear; posso, porém, dizer a V. Ex.a que, apesar do risco da minha própria vida, eu mantive a dignidade própria de quem tinha a honra de ser emissário de Sua Majestade Fidelíssima.
Não tendo ali de demorar-me, mas sim unir-me a V. Ex.a nesta Corte, oficiei, para este fim, ao comandante do bergantim que me conduzira e, em resultado da sua deliberação, havendo-nos feito à vela a 22 do dito mês, viemos fundear com [...](1) Nota do Leitor do corrente. Imediatamente oficiei, ao respectivo ministro, o secretário