Economia e sociedade do Rio Grande do Sul: século XVIII

INTRODUÇÃO

A nossa época é rica em transformações e surpresas. Por isto, a realidade do social, a realidade profunda do homem descobre-se nova aos nossos olhos, e assim o trabalho do historiador se renova constantemente.

Desta maneira, não podemos mais acreditar na explicação da história por tal ou qual fator dominante. Não a dominam exclusivamente nem os conflitos raciais; nem os poderosos ritmos econômicos, fatores de progresso ou de desastre; nem as constantes tensões sociais ou luta de classes; nem o espiritualismo difuso de um Ranke, pelo qual se sublima o indivíduo; nem o reinado da tecnologia; nem o crescimento demográfico, este crescimento vegetativo com suas consequências na vida das coletividades. O homem é muito mais complexo, e a história o estuda em toda a sua complexidade. Contudo, estas tentativas para reduzir o múltiplo ao simples representaram, desde há mais de um século, um grande enriquecimento dos estudos históricos. Colocaram-nos progressivamente no caminho do ultrapassamento do indivíduo e do acontecimento. O indivíduo é, muitas vezes, na história, uma abstração. Não existe na realidade viva um indivíduo, um herói fechado em si mesmo; todas as realizações individuais se fundem numa realidade mais complexa e total, a do social.

O conhecimento histórico não pode desprezar nenhum dos aspectos das sociedades. Tem interesse tanto pelos instrumentos como pelas emoções; tanto pelos ricos como pelos pobres; tanto pela vida cotidiana como pelas grandes festas; tanto pelas formas de governo como pelos estilos artísticos; tanto pelos movimentos operários como pelos totalitários.

Os historiadores começaram, há 30 anos, a tomar consciência de uma história nova, uma história cujo tempo já não se conjuga com as nossas

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