procedência platina e sul-rio-grandense. Dois anos depois, em 1697, D. Francisco Nayer ofereceu-se ao Rei de Portugal para introduzir, pela Colônia do Sacramento, muita prata, e remeter todos os anos cinco mil couros(5). Nota do Autor
Um outro documento, do mesmo ano, acrescenta que vinham anualmente da Colônia para o Rio de Janeiro, e daí para Lisboa, de quatro a cinco mil couros, que rendiam de nove a dez mil cruzados.(6) Nota do Autor Por outro lado, Roberto Simonsen assinala que a época do couro no extremo sul começou com a fundação da Colônia do Sacramento. Diz ele: "Na nova Colônia do Sacramento, a maioria dos couros exportados eram provenientes de gado bravio caçado nos pampas, quando não do contrabando das possessões espanholas para ali levados pelos índios"(7). Nota do Autor Entre 1726 e 1734, segundo C. R. Boxer, a exportação dessa mercadoria do Rio de Janeiro para o Reino variou entre 400 a 500 mil unidades, a maior parte das quais vinha de território espanhol(8). Nota do Autor
Os conflitos entre espanhóis e portugueses pela posse da Colônia do Sacramento determinaram a ocupação do território do Rio Grande do Sul, cujo valor econômico foi muito bem acentuado, pelo brigadeiro José da Silva Paes, quando disse: "Ainda não se sabe lá dos grandes e fertilíssimos campos debaixo de seus domínios desde o Rio Grande e Serra de São Miguel a Passo de Chuí..."(9). Nota do Autor A defesa da Colônia, já onerosa até 1735, tornava-se demasiado pesada se defendida somente por soldados enviados de Lisboa e de outras capitanias do Brasil. Era preciso ocupar o imenso vazio demográfico para formar uma barreira à expansão espanhola. Daí a iniciativa de promover o povoamento com Ilhéus, conforme já se notou.
O início dessa emigração data de 1747, começando por Santa Catarina. O primeiro contingente a chegar ao Rio Grande do Sul parece ter acontecido em janeiro de 1752, pois em fevereiro desse ano, conforme nota P. Rubem Neis, já se encontravam arranchados num arraial considerável. O local escolhido para esse primeiro estabelecimento de 60 casais foi o sítio de Viamão, onde já se encontravam fixados vários estancieiros. Estabelecido no Morro de Santana, a cavaleiro do porto do Viamão, estava o patriarca Jerônimo Dornelas de Vasconcelos e Meneses, cuja posse foi legalizada de acordo com as exigências legais da época.(10) Nota do Autor
Ao serem estabelecidos os primeiros 60 casais no porto de Viamão, foi nomeado seu comandante o Capitão Francisco Pereira Pinto, a quem o governador Pascoal de Azevedo remete em 29 de maio de 1753 a quantia de 640 mil-réis para fazer frente às despesas com os referidos casais.(11) Nota do Autor Falamos em 60 casais, mas os autores não são unânimes quanto ao número que compôs a primeira leva. As relações apresentadas por Borges Fortes mencionam 60 pessoas, das quais metade eram cabeças de casal. Por outro lado, P. Rubem Neis, baseado nas datas que foram distribuídas,