A pantofagia ou as estranhas práticas alimentares na selva. Estudo na Região Amazônica

2) batizados; 3) dar o nome; 4) perfuração de orelhas, lábios ou septos nasais; 5) morte.

b) Nas superstições tradicionalizadas, que são obedecidas como rotina tribal: 1) na gravidez e no parto; 2) no desenvolvimento da força muscular.

c) Nas reclusões obrigatórias, nos casos de: 1) couvade e 2) primeiro fluxo catamenial.

d) Nas cerimônias de caráter coletivo que antecedem ou sucedem: 1) guerras; 2) caçadas; 3) pescarias ou 4) preparo de roças e ações de colheitas.

e) Nos complementos dos ritos funerários.

Todos esses aspectos visam:

a) atos de purificação;

b) formação de correntes psicocoletivas para bom relacionamento com os espíritos;

c) marcar determinadas passagens das obrigações sociais para que o jovem jamais possa omitir-se ou prevaricar contra elas;

d) enfibrar o indivíduo para resistir às dificuldades e tornar-se apto à defesa do grupo tribal, supri-lo nas necessidades e por preparar-se para ocupar funções nas hierarquias do grupo;

e) preparar o homem e a mulher para o casamento, dentro de sua função procriadora e de produção comunitária;

f) gerar filhos sãos e que possam vir a ser bons pais de família e bons guerreiros.

Esta parte, se aparentemente não tem ligações com a alimentação habitual, convencional ou não, faz do alimento (e, possivelmente, pode explicar as práticas consideradas abomináveis) um elemento transcendental para a vigência das sociedades mágicas.

A benzedura de animais para que então sejam comidos; armadilhas de pesca que impedem às mulheres grávidas de se alimentarem com os peixes aí recolhidos; a repartição classificatória da caça; as partes reservadas aos espíritos benfazejos ou aos que devem ser aplacados; as festas em que os animais são honrados através de cantos, para que as caçadas sejam profícuas; os ritos de dar comida; os dabacuris, com festas sagradas, já pela purificação através do vômito, como entre os Kaxinauá, na festa da paxiúba-barriguda (Capistrano), já pelo exercício sexual sobre o chão, de fins mágicos, com a finalidade de dar maior fertilidade aos roçados, além da liberdade de cópula nas áreas de plantio; os ritos solares e lunares de abundância

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