A pantofagia ou as estranhas práticas alimentares na selva. Estudo na Região Amazônica

acotipuru-preto, o acotipuru pardo, a capivara (sendo que esta é geralmente comestível e mesmo apreciada).

Puçanga

Puçanga, geralmente admitida como feitiço, também dá nome a camada de areia regada de urina choca e onde as índias de Monte Alegre (Pará) colocavam de borco, e depois convexamente, as cuias recém-preparadas. "Serve o vapor alcalino para fixar mais o fundo preto e lustrar o verniz do cumati."(9) Nota do Autor O cumati é uma árvore da qual os índios tiram a casca, põem-na em infusão, batem-na até perder toda a goma, continuando a infusão. Retirado, o líquido é recolhido a um pote e serve para umedecer as cuias (pulverizadas de tisna).

Comida de resistência

Assim são chamados os pratos de que se servem as populações, na falta de outros mais apreciáveis. No Pará, formam na galeria os peixes secos como pirarucu e mapará ou a carne-seca. O "grude" participa do rol: papa de farinha onde entram alguns condimentos à mão e nacos de carne. No Amazonas, segundo Mario Ypiranga Monteiro, "é feito com farinha de tapioca na forma usual de goma, deixando-se aferventar com um nadinha de sal e algumas folhas comestíveis de agrião (jambu)".(10) Nota do Autor Monteiro aproxima o agrião do jambu pelo mesmo gosto um tanto acre dos dois.

Pantofagia mitológica

Quando quis atrair Jurupari do céu para a terra, Inapirikúri mandou-lhe de presente "um pedaço de moqueado de pacu e saúbas torradas".(11) Nota do Autor

Sobre Monan

Monan, herói cultural e criador dos Tupi-guarani, andava pela terra para ensinar virtudes aos homens, que, por desregramentos, sofreram

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