O barro em geral é urna substância formada com partículas de feldspato, mais ou menos decompostas, misturadas com uma porcentagem maior ou menor de sílica, em forma de pó ou de areia.
Para evitar os efeitos comuns da retração ao efeito do calor solar ou do fogo, foram empregadas substâncias auxiliares. Os egípcios misturavam palha no barro. Na louça dos "kjoekkenmoedings" foi empregado o granito em pó. Vários outros desgordurantes foram usados para evitar o retraimento prejudicial do barro no ato de ser cozido.
Como já dissemos anteriormente, no Amazonas, o oleiro juntava ao barro a cinza da árvore Caraipé.(7) Nota do Autor
O prof. Hartt fez examinar no Laboratório da Universidade de Corneille, pelo prof. Chas. Scoeffer, a casca de Caraipé, tendo sido na mesma encontrada enorme percentagem de sílica, que se separou como um pó branco, sem dúvida de valor desgordurante.
Na região do Amazonas também se emprega, para tempero do barro, a cinza de uma espécie de esponja de água doce denominada cauxi, que contem espículos silicosos.
Em geral são as mulheres que se dedicam ao fabrico da louça enquanto que os homens fazem as armas e as canoas, pescam, cultivam os campos e caçam. Hans Stadem, que foi prisioneiro dos Tupinambás, diz que as mulheres exercem as funções de oleiros e nos conta o processo por elas empregado para queimar vasos e outros artefatos cerâmicos. João de Lery, Claude de Abbeville, Gabriel Soares, Ivo d'Evreux e outros estão de acordo com a tradição desse processo indígena.