preparando o espírito de puro economismo que vinha triunfando no mundo com o protestantismo utilitarista e acabaria vitorioso depois da revolução francesa. É nesse meio, entre reformas revolucionárias e o tradicionalismo, moribundo, que crescera o Conde dos Arcos.
Em 1777, oito dias depois da ascensão de D. Maria I ao trono de Portugal, era o Marquês demitido do seu cargo de primeiro ministro, e, não fosse o respeitoso culto que a Rainha professava pela memória de seu pai El Rei Dom José I, teriam sido condenados os processos da política anterior. É inegável o progresso material feito sob o pombalismo. Desconte-se essa parte positiva. Mas, de que valem efêmeros progressos materiais, que logo passaram com terríveis consequências, se a eternidade espiritual ficou dissociada e perdida, se a nação ficou à mercê do acaso e da instabilidade, pois que não tem o são apoio dos princípios em que se formou e em torno dos quais deve eternamente girar? É desse modo que se gera o espírito revolucionário, cujo início é sempre o absolutismo - que Pombal trouxe para o reino Lusitano em circunstâncias especiais a macular tristemente a pureza das instituições.
No seu governo, preocupou-se principalmente em abater a Nobreza e a Companhia de Jesus com o propósito firme de arrancar os esteios da nacionalidade e lançá-la à aventura dum regime burguês liberal que, com a Renascença e a Reforma, tivera influxo ascendente e destruidor. Vai assim Portugal por um caminho tortuoso, angustiante, procurando equilibrar-se na desordem desencadeada no mundo